Médico alerta sobre cuidados com o coronavírus
Embora ainda não exista um remédio para combater o vírus, formas de prevenção devem ser disseminadas
O surto de coronavírus já provocou mais de cem mortes na China, onde o número de infectados passa de 4,5 mil pessoas. De todas as mortes até o momento, a maior parte foi registrada na província de Hubei, onde fica a cidade de Wuhan, epicentro da contaminação. Ao menos 15 países em quatro continentes já confirmaram casos ‘importados’ da doença.
Ainda sem a previsão de uma medicação específica, o médico infectologista do Hapvida, Fernando Chagas, faz um alerta para evitar a contaminação pelo vírus, caso seja confirmado em território brasileiro. “O grande segredo é ensinar a população a se prevenir, para eventual chegada da doença, para que possamos reduzir ao máximo a quantidade de casos e mortes causados pelo vírus. A lavagem das mãos tem um impacto muito grande na diminuição do risco de transmissão de doenças”, destacou.
De acordo com Fernando Chagas, a transmissão se dá por vias aéreas, por meio de gotículas. “Como essas gotículas são pesadas, ao tossir ou espirrar podem atingir até um metro e meio de distância. Mesmo assim o vírus fica sobre as superfícies e pode gerar a contaminação de quem tocar nessas superfícies”, disse.
O médico alerta ainda para o fato de não se saber sobre a capacidade de contágio do coronavírus. “O sarampo, por exemplo, tem uma capacidade de contágio muito alta, mais do que o H1N1, chegando até 20 vezes superior. O que nos tranquiliza é que temos vacinas contra esse vírus. No caso do coronavírus, ainda não temos essa informação. E ainda em relação à letalidade, que é a capacidade de gerar a morte, não sabemos exatamente o seu alcance”, observou.
Dr. Chagas ressalta que os sintomas do coronavírus se parecem muito com os de uma gripe comum. Os sintomas, segundo ele, são febre, tosse, falta de ar e, em casos mais graves, pode evoluir para pneumonia, síndrome respiratória aguda grave ou insuficiência renal.
O infectologista destaca também sobre o período de incubação da doença. “O primeiro período a gente chama de incubação que é longo e pode demorar até 15 dias. Nesse estágio, a pessoa pode transmitir o vírus mesmo sem saber que está com ele. Depois disso, começam alguns sintomas que parecem com uma gripe comum como tosse, espirro, coriza, dor no corpo, dor muscular, febre intensa”, afirmou o infectologista.
Tratamento – Não existe um remédio disponível para combater o coronavírus de Wuhan. O tratamento recomendado é o de suporte dos sintomas da doença. Dr. Chagas diz ainda que os médicos e cientistas já conheciam o coronavírus por ser presente em animais como morcegos e algumas aves, revelando que já tinham sido registrados algumas epidemias pequenas em 2002, inclusive no Brasil.
“Dessa vez é diferente porque é um vírus que aparece com mutação, fazendo com que o risco de letalidade seja maior. Isso preocupa por ser um vírus de transmissão respiratória e aparentemente devastador”, destaca o médico.