Atriz Gal Gadot produz série documental sobre “mulheres-maravilha” do mundo real

Um dos episódios segue Tuany Nascimento e a criação da sua escola de dança clássica ('ballet') "Na Ponta dos Pés" numa das favelas mais perigosas do Rio de Janeiro, o Morro do Adeus.

A atriz Gal Gadot, conhecida por interpretar o papel de Mulher-Maravilha no cinema, está a produzir uma série documental para a National Geographic sobre mulheres inspiradoras do mundo real, incluindo a brasileira Tuany Nascimento.

“Todas estas mulheres são incríveis e as verdadeiras heroínas. As minhas maravilhas de mulheres”, afirmou Gal Gadot, numa sessão de apresentação da série “Impact” durante a digressão de inverno da Television Critics Association (TCA).

“Elas estão no terreno a suar e a fazer tudo o que podem para tornar o mundo num lugar melhor”, descreveu.

Com seis episódios, “Impact” mostra as histórias de várias mulheres que vivem em contextos difíceis, rodeadas de violência, pobreza e discriminação, e que superaram as circunstâncias para criar movimentos com impacto profundo nas suas comunidades.

“Este ano que passou foi tão negro e difícil para todos nós”, disse Gal Gadot. “Estou ‘super apaixonada’ por este projeto e há muito mais histórias para vir. É importante partilhá-las”.

Um dos episódios segue Tuany Nascimento e a criação da sua escola de dança clássica (‘ballet’) “Na Ponta dos Pés” numa das favelas mais perigosas do Rio de Janeiro, o Morro do Adeus.

Foi o percurso da brasileira que inspirou Gal Gadot a procurar mais “histórias incríveis” e a contá-las numa série documental.

“As pessoas ouvem-me mesmo”, disse Gal Gadot, explicando que quis usar a sua plataforma e notoriedade para trazer estas histórias à ribalta e criar um movimento de pessoas que querem fazer o bem.

“Sou mãe de duas meninas e o meu sistema de crenças é muito semelhante ao da Mulher-Maravilha: compaixão, amor, paz, positividade, tentar tornar o mundo melhor”, afirmou.

A brasileira Tuany Nascimento, que também participou na sessão da TCA, explicou a importância de ter a sua história contada na National Geographic.

“Estar dentro desse documentário é alavancar a voz dessas meninas, dizer quem nós somos para o mundo e deixar de existir somente dentro da comunidade do Rio”, afirmou. “E dar um caminho e uma trajetória diferente a essas meninas, trazer impacto na prática”.

Gadot elogiou o papel da professora de ‘ballet’, frisando que o que ela faz ajuda jovens mulheres a saírem do círculo vicioso das favelas. “Graças à Tuany, elas conseguem sonhar mais alto, sair deste ciclo e mudarem completamente as suas vidas”.

Outra das histórias situa-se em Detroit, com uma professora de patinagem no gelo, Kameryn Everett, que se tornou mentora de crianças e jovens raparigas afro-americanas.

“Este filme abriu os meus olhos. Passei este tempo todo a ensinar e nunca me apercebi do impacto que estava a ter nelas”, disse Everett durante o evento. “Parecia-me a coisa certa a fazer. Foi preciso uma série para eu perceber o que estava a fazer”.

Com estreia nos Estados Unidos a 19 de abril, os episódios de “Impact” terão o formato de curta-metragem. Gal Gadot indicou que o trabalho continuará.

“Há inúmeras histórias para contar. Todas estas mulheres vêm de circunstâncias difíceis, violência, pobreza, trauma, discriminação, desastres naturais. E, ainda assim, isso incentiva-as”, descreveu Gadot.

“Dá-lhes mais poder para se atreverem a sonhar, manifestarem-se e criarem mudanças na sua comunidade”, acrescentou. “Eu própria estou tão inspirada por elas. É excelente fazer algo que não é sobre mim, é sobre elas”.

Além de Gal Gadot, a série tem produção executiva de Jaron Varsano (marido da atriz) e da realizadora Vanessa Roth, que explicou na sessão TCA que as equipas de filmagem foram escolhidas localmente com base na experiência das mulheres retratadas.

“Isto é sobre as suas histórias, as suas vozes, a sua experiência”, afirmou Roth, que venceu um Óscar da Academia para Melhor Documentário em Curta-Metragem, em 2008, com “Freeheld”.

“A ideia de obstáculo tem muitas formas diferentes”, continuou. “Qualquer que seja o obstáculo delas, a base comum é que estas mulheres escolheram fazer algo sobre isso”.

Fonte: Lusa

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