Mais de uma centena de obras do fotógrafo Joakim Eskildsen em exposição em Lisboa

Mais de uma centena de obras do fotógrafo dinamarquês Joakim Eskildsen, que pela primeira vez expõe em Portugal, vão estar numa mostra que é inaugurada na quarta-feira, no Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado (MNAC), em Lisboa.

 A exposição, inserida na programação da terceira edição do Imago Lisboa Photo Festival, ficará na galeria da ala Capelo do museu, até de 02 de janeiro de 2022.

No MNAC estarão três séries de trabalho distintas: “Cuban Studies”, “Cornwall” e “Home Works”, com mais de uma centena de imagens fotográficas, um vídeo sobre o seu processo de trabalho e algumas das publicações deste artista que reside atualmente em Berlim, na Alemanha.

Joakim Eskildsen, natural de Copenhaga, nascido em 1971, é um fotógrafo com obra publicada em diversos livros, e conhecido pelas suas monografias sociopolíticas, como “The Roma Journeys” e “American Realities”, nas quais são retratadas comunidades marginalizadas, e cujo trabalho resulta de uma convivência próxima do seu objeto de trabalho, por longos períodos.

No MNAC estarão patentes as séries “Cuban Studies”, resultado de várias viagens que Joakim Eskildsen empreendeu em Cuba durante um período de transição, logo após as reformas económicas, num contexto que atraiu o artista, “desde o seu povo à sua complexa história de colonialismo e comunismo, cuja presença visual foi uma constante”, recorda, num texto sobre esta série.

“Quanto mais aprendia sobre Cuba, mais difícil se tornava de entender. Foi como aprender a ver o mundo de um ângulo diferente, e era tão distinto do que eu conhecia, que decidi manter a mente aberta e assumir a posição de ouvinte”, diz ainda, no texto sobre a exposição.

“Cornwall” dá título a outra das séries expostas no museu lisboeta, e refere-se à última região em que Joakim Eskildsen trabalhou, a Cornualha, na costa sul da Inglaterra, onde encontrou a “iluminação favorita”, no meio de uma espessa neblina, típica do clima local, onde a chuva, a neblina e as tempestades eram a norma, e o céu azul era a exceção.

“Home Works” é a terceira série desta exposição, um projeto ainda em desenvolvimento que começou em 2005, quando o artista se tornou pai e se focou no ambiente ao seu redor: ao longo dos vários anos, ele e a família viveram em sete casas diferentes, localizadas em três distintos países e, na atualidade, vivem com os seus dois filhos no sul de Berlim.

“Foi muito inspirador seguir, e descobrir com eles o mundo e as paisagens. A conexão inabalável das crianças com a natureza traz-me muita esperança. A minha sensação é que eles têm uma conexão perfeitamente natural com a natureza, que por algum motivo tende a ser cortada à medida que eles crescem. É difícil saber que este planeta está a ser irrevogavelmente alterado e danificado, e a natureza e a vida que existem nele estão ameaçadas. Para evitar este nocivo desenvolvimento, penso que são necessários meios muito mais radicais”, defende, referindo-se à pegada ecológica humana e ao seu impacto nas alterações climáticas.

Entre os seus livros premiados estão “Nordic Signs” (1995), “Bluetide” (1997), “iChickenMoon” (1999), “The Roma Journeys” (2007), e “American Realities” (2016).

O Festival Imago Lisboa, dedicado à fotografia, decorre até ao final de outubro com a presença de 70 artistas em 37 exposições dispersas por 17 espaços culturais da capital, organizado em torno de duas temáticas: “The Family in Transition”, integralmente apresentada nas Carpintarias de São Lázaro, e “Rethinking Nature/Rethinking Landscape”, disseminada em vários espaços, que constituem o mote para reflexão em torno de questões fundamentais da atual sociedade.

A primeira exposição de Joakim Eskildsen em Portugal é inaugurada na quarta-feira, no MNAC, às 18:00, na galeria da ala Capelo.

Fonte: Lusa

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