Boom Festival distinguido pela nona edição com prémio de sustentabilidade ambiental
O Boom Festival, que decorreu em Idanha-a-Nova, em julho, foi distinguido pela nona edição consecutiva com um prémio internacional Greener Future, que distingue festivais, eventos e locais em termos de sustentabilidade, reconhecendo as práticas mais inovadoras.
“Quem vai ao Boom tem dado um contributo extraordinário na gestão da água, ajudando a melhorar esse objetivo a cada edição. A gestão de água e o saneamento são absolutamente centrais o ano inteiro, em especial, durante os dias do festival”, referiu, em comunicado enviado hoje à agência Lusa, Artur Mendes, da organização do Boom Festival.
A edição 2023 do Boom Festival recebeu o Prémio de Água e Saneamento, da A Greener Future, pela preocupação na gestão e utilização de água durante a semana do evento.
A 16.ª edição dos prémios internacionais AGF realizou-se na terça-feira, em Londres, e atribuiu prémios em nove categorias a festivais, eventos, locais e organizações mais inovadores e dignos de menção nos últimos 12 meses em todo o mundo.
O júri, que avalia as práticas ambientais em festivais do mundo inteiro, reconheceu que o Boom Festival reduziu a utilização e o desperdício de água, minimizando o seu consumo e eliminou os produtos químicos desnecessários, promovendo a separação dos fluxos de resíduos líquidos para permitir a ação dos processos biológicos naturais.
No International AGF Awards, o Boom Festival voltou a receber a certificação como “Outstanding Greener Festival”, a mais elevada e importante atribuída a festivais na área da sustentabilidade.
O júri reconheceu o mérito do festival e realçou que “o evento melhorou ainda mais as grandes medidas já em vigor e merece o reconhecimento pelos seus esforços apaixonados para gerir a água de forma responsável numa área de escassez de água”.
No ano passado, durante os oito dias do festival, estiveram na Herdade da Granja 39.452 pessoas de 169 países.
Durante essa semana, entre 20 e 27 de julho, foram consumidos no total 5.403 metros cúbicos de água, 26% menos do que na edição anterior.
Por dia, em média, cada ‘boomer’ utilizou 17,3 litros, enquanto no país a média diária de consumo por pessoa é de 190 litros.
Uma parte da água utilizada durante o evento foi enviada para a nova estação de tratamento de águas residuais, construída na Boomland, para ser reutilizada e 726.000 litros foram enviados para a Estação de tratamento de Águas Resíduais (ETAR) do município de Idanha-a-Nova, no distrito de Castelo Branco.
Também a implementação de casas de banho secas de compostagem desde 2006 fazem parte da consciência ambiental do festival.
Ao longo dos 18 anos do festival em Idanha-a-Nova, o número de WC tem aumentado: no início eram 20, na última edição havia 457 distribuídos pela Boomland.
Artur Mendes salientou ainda que “a gestão de água e o saneamento são absolutamente centrais o ano inteiro, em especial, durante os dias do festival e o mesmo vai acontecer daqui a pouco mais de três meses no Being Gathering, entre 17 e 23 de junho”.
O Boom Festival regressa a Idanha-a-Nova em 2025, mas a organização já prepara outro evento, o Being Gathering, que acontece durante o solstício de verão, com um programa de uma semana que inclui oficinas, yoga, artes marciais, rituais, terapias, massagens, instalações artísticas, música eclética, entre outros.
Fonte: Lusa